quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A lagoa de Guaraíras


Há algum tempo sou jipeiro e nas minhas andanças passei diversas vezes pela balsa de Malembá, aquela que dá acesso à praia de Tibau do sul, mas nunca imaginei que aquela passagem, onde o mar avança destruindo barreiras e derrubando arvores e que hoje deve ter pelo menos uns 500 metros de largura, já foi um dia  completamente fechada e que do lado direito existia uma enorme lagoa de àgua doce, pois essa dita lagoa  não se comunicava com o mar. Entre o mar e a lagoa havia uma distancia de pelo menos uma meia légua de dunas com uma quantidade grande de arvores.   
Foi a partir de um projeto de engenharia dos holandeses 1640, para melhorar o acesso a uma casa forte construída no meio de uma pequena ilha existente nessa lagoa (Ilha dos Flamengos) que começaram a mudar para a forma que se encontra hoje.
Os holandeses começaram, mas não concluíram essa obra que em 1890 foi novamente reiniciada com a finalidade de escoar as cheias da região, ficando parcialmente concluída sendo finalizada em 1923. O canal idealizado pelos flamengos teria uma largura de apenas 10 metros, só que no ano seguinte, ante as violentas cheias, aquela passagem sofreu em uma única noite um alargamento que atingiu 200 metros, desde então a lagoa de Guaraíras ficou definitivamente ligada ao Atlântico.
A Casa Forte da Ilha dos Flamengos
Na lagoa de Guaraíras existe uma ilhota denominada de Ilha dos Flamengos, à pequena distancia da cidade de Arez, onde os Holandeses edificaram, na parte mais alta dessa ilha, uma Casa-Forte.  À época Frei Rafael de Jesus escreveu sobre o combate:
“ Avistou-se um sitio, que chamam as Guaraíras, onde o inimigo sustentava um casa forte no centro de uma  lagoa larga e funda, dentro da qual como em ilha se alojavam índios, escravos e holandeses (...)”
“(...) Lançaram-se à agua e com ela pela cinta acometeram à escala. Defenderam-se os holandeses com ardor favorecido da vantagem do sitio; mas não puderam impedir que os nossos tomassem terra e ganhassem a primeira  e em seguida as outras trincheiras...”
“O cabo Holandês, vendo perdida a esperança, meteu-se com cinco companheiros numa canoa, furtada aos olhos dos seus, para salvar as vidas. Escalaram os nossos a casa forte, com tíbia resistência e levaram tudo a ponta de espada. E foi na claridade do dia que se pode conhecer o estrago. Morreram nessa ocasião todos quantos holandeses, índios e negros havia na fortificação, exceto os cinco que escaparam. Gastou-se o dia 6 de janeiro de 1648 em recolher os despojos, curar os feridos, enterrar os mortos e tomar refeição do trabalho entre as congratulações da vitória”.

 E será assim, com o espírito verdadeiramente aventureiro que  nos dias 29 e 30 de outubro percorreremos  esses caminhos, revivendo cada parte dessa intrigante historia refazendo os passos desses desbravadores na TRILHA DOS HOLANDESES .
maiores informações: www.tracaoetrilhas.blogspot.com ou (84) 8855-3363

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